Mais agentes autônomos de investimentos no mercado: um ótimo sinal de que temos mais investidores

O autor é O autor Fábio Orneles é assessor da Atrio Investimentos (crédito: divulgação)

O número de investidores vem crescendo no Brasil já há uns bons anos. E quando paramos para analisar esse diagnóstico, costumamos nos debruçar sobre planilhas econômicas que mostram a variação da Taxa Selic, o desempenho do mercado externo, o Índice Bovespa e outras variáveis que explicam de onde vem o estímulo para a entrada de novos interessados no mercado financeiro.

Mas outro termômetro que ajuda a confirmar esse crescimento dos investidores é a quantidade de novos agentes autônomos no setor. Desde o fim de 2019, o número de pessoas físicas credenciadas a captar novos clientes para as instituições financeiras e a receber ordens de compra e venda cresceu 50%.

A exemplo de alguns investimentos à disposição, o número de agentes autônomos de investimentos ativos é tão volátil que é até difícil estabelecer um número atualizado, mas até agosto eles eram cerca de 14.400. Os números são da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras (Ancord), que considera somente os agentes que atuam como pessoa física, portanto fora das corretoras.

Apesar desse aquecimento, o mercado ainda precisa de uma boa carga de novos profissionais, visto que cada um atende em torno de 80 a 100 clientes. Para os próximos cinco anos, dada a injeção de novos investidores no mercado, haverá espaço para até três vezes a quantidade que se tem hoje de profissionais.

Para quem se habilita a atuar no mercado financeiro, é uma excelente notícia. Mas esse é um setor em que os ingressantes mostram-se cada vez mais capacitados. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regulamenta todo o mercado no país, estabelece que os agentes tenham pelo menos o ensino médio. Mas a própria Ancord confirma que todos os novos cadastrados de 2021 apresentavam ensino superior completo. Com um adendo: 23% deles têm pós-graduação, 4% têm mestrado e 1% são doutores ou pós-doutores.

É importante frisar – e a CVM apregoa bastante isso – que os agentes autônomos não são consultores financeiros nem analistas de mercado, e também não podem administrar carteiras de investimentos. Mas eles têm papel relevante como prepostos de instituições financeiras que operam com investimentos, e são o elo mais próximo do mercado com os investidores.

Ter esse entendimento é importante para quem está aterrissando no mercado e tentando entender como tudo funciona. Como cerca de 80% dos agentes estão vinculados a alguma corretora, esse esclarecimento costuma ser fácil, já que as pessoas procuram as instituições para iniciar seus primeiros passos. De toda forma, como em qualquer outro setor, compreender o serviço que o agente autônomo pode oferecer é o prelúdio para alcançar os ganhos que cada investidor deseja.

 

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